Presidente visitou Palmares, em Pernambuco, uma das cidades afetadas pelas chuvas que atingiram a região nessa semana.
Ricardo Galhardo, enviado a Palmares (PE)
24/06/2010 18:13
Lula durante visita a Palmares, em Pernambuco.
Do alto da caçamba de uma camionete, cercado por uma multidão de admiradores atolados no barro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva contemplou o lamaçal em que se transformou a Praça Paulo Paranhos e chorou.“Me emocionei. Primeiro por ver aquela situação. Depois por ver a gratidão do povo. Um cidadão que estava ali com o pé enfiado naquela lama fedida poderia estar xingando o presidente e o governador, mas, não, estavam ali agradecendo”, disse o presidente pouco depois de visitar a praça principal de Palmares (PE), uma das cidades mais atingidas pelas enchentes no Nordeste.
Na trajetória que o levou de Caetés, distante apenas 120 km de Palmares, ao Palácio do Planalto, Lula sofreu na pele o drama das enchentes. Ao longo de quase oito anos de governo, ele repetiu muitas vezes as dificuldades enfrentadas na Vila Cruzeiro, em São Paulo, onde ajudava a mãe a levantar os móveis da casa e tinha que ir descalço até o ponto de ônibus para não sujar o único par de sapatos nas enchentes constantes do bairro. Na manhã desta quinta-feira, Lula calçou um par de botas de borracha e enfiou o pé na lama para ver de perto a situação das vítimas da chuva. A visita presidencial ao centro Palmares não estava no roteiro da visita que previa apenas um sobrevoo às áreas atingidas e uma conversa com os responsáveis por controlar a situação. Lula ouviu uma apresentação com mapas e fotos do coronel Carlos Casanova, comandante do Corpo de Bombeiros de Pernambuco na Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul, transformada em centro das operações de ajuda, mas não se deu por satisfeito.
Para desespero dos assessores o presidente insistiu em dar uma volta no centro da cidade para ver de perto os estragos causados pela chuva. “Vi muitas fotos e filmes mas nenhuum mostra o que vimos aqui hoje”, disse o presidente. Além de ter nascido em Pernambuco, é no Estado que Lula tem seus maiores índices de popularidade. Em 2008, quando enchentes deixaram 135 mortos e 1,5 milhão de desabrigados em 60 cidades de Santa Catarina, o presidente fez apenas um sobrevoo no Estado.
No lamaçal que um dia foi a praça central de Palmares, em vez de cobranças, Lula só ouviu agradecimentos e aplausos. Com uma camisa vermelha de mangas longas enlameada nas costas, o presidente não se contentou em apenas ver. Lula calçou um par de botas de borracha e foi andar no brejo sujo. Ali, conversou com todos os que se aproximaram e chegou a escorregar e quase atolou. Depois de um quarteirão de caminhada subiu na caçamba de uma camionete do governo pernambucano ao lado dos governadores Eduardo Campos (PE) e Teotônio Vilela Filho (AL) e foi dar uma volta na cidade.
Ladeado por dois governadores candidatos à reeleição, Lula, que não tem medido esforços para alavancar a candidatura da ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) pediu aos prefeitos da região que não deixem a disputa eleitoral contaminar os trabalhos de socorro às vítimas e reconstrução das cidades atingidas. “Não permitam que as eleições de 3 de outubro atrapalhem este trabalho”.
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